Apesar dos muitos alertas e alguns sinais observados nos últimos anos, o aquecimento global começa a cobrar a conta: ondas de calor e chuvas em quantidade jamais vista atingem o globo como um todo, com consequências desastrosas.
Quem mais sofre é a população de países em desenvolvimento, que muitas vezes encontra dificuldades para se prevenir e lutar contra essas catástrofes climáticas. Países estes, aliás, que são responsáveis por apenas 20% das emissões de carbono na atmosfera.
É nesse contexto que os signatários da ONU criaram, durante as negociações da COP27, em novembro de 2022, o Fundo de Perdas e Danos, com o intuito de ajudar as nações em desenvolvimento a lutar contra as consequências das mudanças climáticas.
O acordo deverá ter seus termos concluídos durante a COP28, que acontece entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A previsão é que o Fundo comece a funcionar em 2024.
A secretária de Estado e emissária especial para o clima da Alemanha, Jeniffer Morgan, afirma que o país está pronto para cumprir com os termos do acordo. Segundo a secretária, que já foi diretora executiva do Greenpeace, a Alemanha, além de contribuir com o Fundo criado, pretende estudar formas cada vez melhores e mais estruturadas de financiamento.
Além disso, a Alemanha vem aumentando sua contribuição anual com os países desenvolvidos para que consigam diminuir suas emissões e se adaptarem às mudanças climáticas. A meta, estipulada durante a Conferência de Paris em 2015, era de que o país contribuísse com € 6 bilhões por ano até 2025. Em 2022, esse montante foi de € 6,3 bilhões.
Negociações na COP28
Durante as rodadas de negociação da COP28, outros países além da Alemanha se mostraram aptos a anunciar adesão e fornecimento de recursos para o Fundo de Perdas e Danos, como Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Emirados Árabes.
Em espectro mais amplo, delegações de mais de quase 200 países sinalizaram de maneira positiva para o Fundo. Trata-se, segundo o presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber, de um sinal positivo para o mundo e para os trabalhos em Dubai.
Apesar disso, Al-Jaber tem tomado parte de polêmicas envolvendo propostas para o fim do uso de combustíveis fósseis, do qual sinaliza ser contra.