O trabalho da Dinamarca para enfrentar a pandemia tem a aprovação de 95% da população do país, que se diz mais unida como resultado desse esforço coletivo. Essas descobertas aparecem em uma pesquisa publicada pelo Pew Research Center. O instituto ouviu 14,2 mil pessoas entre os dias 10 de junho e 3 de agosto.
A avaliação sobre o governo dinamarquês foi a mais positiva entre todos os 14 países incluídos no levantamento. Reino Unido e Estados Unidos tiveram as piores avaliações; dos entrevistados nesses países, 54% e 52%, respectivamente, disseram que seus governos têm feito um trabalho ruim para enfrentar o novo coronavírus. Na Suécia – que foi, ao lado da Dinamarca, o outro representante da Escandinávia no levantamento -, as avaliações positivas somaram 71% e as negativas, 29%. O Brasil não foi incluído na pesquisa.
Mas o Pew Research Center não ouviu as opiniões das pessoas apenas sobre o trabalhos dos governos. No caso da Dinamarca, a avaliação positiva foi acompanhada, por exemplo, por relatos de confiança no quadro geral da economia. O Scandinavian Way apresenta a seguir algumas das entrelinhas dessa pesquisa:
País mais unido
Os resultados da Dinamarca na luta contra o novo coronavírus aumentaram o sentimento de união entre a população. Dos dinamarqueses entrevistados, 72% disseram que o país está hoje mais unido do que antes da pandemia; esse índice foi o mais elevado entre os 14 países do estudo. Na ponta oposta, a percepção de desunião foi mais alta nos EUA, com 77% dos entrevistados tendo feito essa declaração.
Mais confiança na economia
A pesquisa mostra uma correlação direta entre o bom trabalho dos governos e a confiança da população no atual momento da economia. Na Dinamarca, 97% das pessoas que têm uma visão positiva do quadro econômico declararam aprovar a atuação do governo; entre os críticos do trabalho feito pelo governo, a visão positiva sobre a economia chega a 90%. Essa diferença, de apenas sete pontos percentuais, é uma medida de confiança – e só foi menor que a registrada na Austrália, de quatro pontos. Os EUA tiveram a maior distância entre “otimistas” e “pessimistas”. Lá, a diferença foi de 44 pontos percentuais (78% a 34%, respectivamente).
Cotidiano pouco afetado – mesmo com forte isolamento
Em março, a Dinamarca adotou fortes medidas de isolamento social para conter a disseminação da covid-19. Foram dois meses de lockdown intensivo, entre março e maio. Ainda assim, os dinamarqueses foram os que menos relataram na pesquisa mudanças em seu cotidiano por causa da pandemia. Os que sentiram pouca ou nenhuma mudança somaram 73% no país. Na Coreia do Sul, as pessoas que declararam mudanças grandes ou muito grandes chegaram a 81%.
Cooperação internacional
A maior parte dos entrevistados na Europa acredita que o número de mortes na pandemia teria sido menor com mais cooperação internacional. Curiosamente, essa não foi a avaliação dominante entre os dinamarqueses. Das pessoas consultadas no país, 78% acham que o número de infectados não teria sido sido menor com mais ajuda entre os entre as nações.